Há pessoas que, sem o perceberem, vivem relações marcadas pela dependência e não pelo amor. Embora estejam plenamente convencidas de que amam o cônjuge são, na verdade, viciadas naquela pessoa. Algumas das características deste tipo de relações - DE DEPENDÊNCIA - são:
- Há muito dramatismo, muita confusão. A pessoa que "ama demais" sente-se frequentemente instável e arrasta os familiares e amigos para desabafos e tensões.
- A pessoa está sempre a tentar agradar o companheiro mesmo que isso implique investir mais do que deveria. A prazo, perde a própria identidade.
- Depois de discussões intensas, mesmo que haja sinais claros de desrespeito e mágoas profundas, a pessoa está sempre disposta a aceitar o companheiro de volta. As discussões versam muitas vezes sobre traições, mentiras ou ofensas.
- A pessoa sente-se insegura quando não está com o cônjuge, ainda que seja frequente sentir-se só nos períodos em que estão juntos. A pessoa não percebe que o outro está a deitar abaixo a sua auto-estima.
- A "pessoa amada" ultrapassa os limites do aceitável várias vezes - é fisicamente violenta, insulta e/ou ameaça.
- A pessoa que está dependente sente-se na obrigação de cuidar e apoiar o outro, mesmo que este tenha comportamentos agressivos.
Por oposição, as características de uma relação BASEADA NO AMOR são:
- Não há qualquer medo de agressões físicas, violência psicológica ou desrespeito.
- Há confiança mútua. A pessoa sente que pode confiar/ contar com no companheiro.
- Não há dramatismo, disfuncionalidade nem caos.
- Numa discussão, mesmo que as pessoas se exaltem, há respeito e partilha sincera daquilo que incomoda.
- A pessoa perdoa o companheiro porque quer e não porque é assim que tem de ser.
- Há apoio mútuo, ao mesmo tempo que há incentivo para que os dois membros do casal sejam pessoas emocionalmente fortes e autónomas.
Identificadas as diferenças, compete a cada um discernir sobre aquilo que está a acontecer na própria vida. Se a sua relação conjugal é caracterizada por dependência, este pode ser o ponto de partida para que a tomada de consciência quebre o ciclo vicioso e dê lugar às mudanças que permitirão ganhar qualidade de vida. Não é fácil mudar, em particular quando a auto-estima está debilitada, mas com a ajuda terapêutica é possível.