Roubei o oximoro à canção do Jorge Palma (na minha opinião um dos melhores compositores portugueses) para ilustrar aquelas pessoas que entram no meu consultório cheias de dúvidas quanto ao trabalho dos psicólogos.
Este cepticismo é mais frequente entre os homens bem sucedidos do ponto de vista profissional. Muitos não encaram de ânimo leve o facto de terem que recorrer a terapeutas conjugais para resolver questões que, do seu ponto de vista, são mais facilmente resolúveis do que aquelas com que lidam diariamente nas respectivas empresas.
Assumem-se como reticentes, arrastados para estas lides por pressão conjugal. Ao mesmo tempo, enfatizam que esta pode ser a derradeira oportunidade para o seu casamento (ou união de facto).
Felizmente, na maior parte dos casos o cepticismo dá lugar ao optimismo. Gradualmente estes homens (e mulheres) percebem que o terapeuta conjugal não é um “especialista” com vontade de estabelecer rótulos e impor padrões de relacionamento.
A minha preocupação enquanto psicóloga e terapeuta familiar/conjugal consiste em conhecer as necessidades das pessoas em causa. Para mim, o terapeuta conjugal é um catalisador das mudanças pretendidas pelo próprio casal.
Ao longo do processo terapêutico as dúvidas dissipam-se, as pessoas envolvem-se, a aliança terapêutica estabelece-se e os casais evoluem…