Refiro-me aqui muitas vezes à importância da assertividade para a qualidade das relações conjugais porque sei, por experiência, que quanto maior for a capacidade dos membros do casal para exporem de forma clara e honesta aquilo que pensam e sentem, maior é a probabilidade de serem felizes no casamento. Porquê? Porque, ao fazê-lo, estão a revelar-se e a dar oportunidade ao cônjuge para compreender, aceitar, validar as suas opiniões e emoções, mesmo que discordem de algumas escolhas, mas também porque essa é a única via para que as suas necessidades possam ser preenchidas.
Mas para que sejamos honestos com a pessoa que amamos é preciso que sejamos honestos connosco. Esta parece uma tarefa fácil, mas não é. Nem todas as pessoas são capazes de olhar para si mesmas de forma clara e objectiva; nem todas são capazes de, de uma forma consistente, identificar as suas reais necessidades e de agir em conformidade com aquilo em que acreditam. Enganar-se-ão a si mesmas, dando início ao comprometimento do seu bem-estar e ao declínio da qualidade do seu casamento.
As pessoas que são mais honestas consigo mesmas são mais felizes no casamento porque são mais capazes de agir de modo a construir uma relação emocionalmente íntima, sentindo-se assim mais realizadas.
Termos consciência de quem somos, daquilo de que precisamos, inclusive daquilo que o outro pode fazer para que nos sintamos valorizados, implica que nos revelemos mais facilmente ao nosso cônjuge, sem segredos, evitando a comunicação destrutiva.
Sermos francos connosco não quer dizer que aceitemos todos os nossos defeitos e muito menos que os imponhamos ao nosso cônjuge. A percepção das nossas limitações é importante para que saibamos o que é preciso mudar para que a relação conjugal seja mais satisfatória.