A opinião geral que cada um de nós tem do seu cônjuge varia ao longo da relação. À medida que o tempo passa e a relação se consolida, é expectável que o conhecimento mútuo (das qualidades e dos defeitos) também cresça. Conhecer o outro profundamente constitui uma “prova” tão interessante quanto arriscada, já que a esse processo se associa normalmente uma espécie de avaliação.
Quanto melhor conhecermos a pessoa que está ao nosso lado, mais claras são as nossas expectativas em relação ao que ela é capaz (ou não) de fazer, ou em relação à sua capacidade de nos preencher.
Aquilo que esperamos da pessoa amada constitui um barómetro da satisfação conjugal: quanto maior for o optimismo com que olhamos para o nosso cônjuge, maior a satisfação.
Esperar o melhor do cônjuge não implica que nos esqueçamos dos seus defeitos e vejamos apenas qualidades. Os casais felizes conhecem os dois lados, mas olham um para o outro com um saldo claramente positivo. O problema surge quando os defeitos (que sempre existiram) se sobrepõem às qualidades (que continuam lá).
Esperar o melhor do cônjuge implica considerar que vale a pena:
- partilhar experiências porque o cônjuge vai querer ouvir atentamente;
- expor necessidades e achar que o cônjuge vai querer corresponder;
- expor sentimentos / pensamentos opostos aos do cônjuge sem medo de discussões e sem considerar que é uma perda de tempo;
- perspectivar o futuro ao lado do cônjuge (sonhar a dois).
As pessoas infelizes do ponto de vista conjugal tendem a ver qualquer esforço como uma perda de tempo. Não olham para o cônjuge como alguém capaz de satisfazer as suas necessidades. Na verdade, desejam mudanças estruturais, mas (já) não acreditam na sua possibilidade. Deixaram de esperar o melhor do cônjuge.